{Resenha} Objetos Cortantes



Título: Objetos Cortantes
Autor: Gillian Flynn
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580576580
Número de Páginas: 254
Ano: 2015
Classificação: 

Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível. Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.
Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.

Acredito que nunca demorei tanto para ler um livro da Gillian Flynn, uma das minhas autoras favoritas, ainda mais porque passei por um período muito grande de ressaca literária (não é à toa que eu fiquei um bom tempo sem aparecer por aqui). Já li os outros livros de Gillian (Garota Exemplar inclusive conquistou meu coração por conta da qualidade) e foi um tanto difícil não comparar as leituras após finalizar Objetos Cortantes, o que gerou um pouco de frustração. Não é um livro ruim, mas poderia ser muito melhor (desculpa, Gillian!).

O enredo gira em torno de Camille Preaker, uma jornalista recém-saída de um hospital psiquiátrico, por causa da automutilação. Ela trabalha para um pequeno jornal em Chicago e recebe uma tarefa de ir cobrar o assassinato de uma garota em sua cidade Natal. Cidade onde Camille terá que encarar seus fantasmas do passado e principalmente com a sua família, com a qual ela não tem contato há anos.

Basicamente, a história essa, se eu falar um pouco mais, posso estragar um pouco da experiência de quem ler. O livro é um thriller psicológico com uma protagonista feminina com vários problemas psicológicos, característica principal de Gillian em seus livros. Porém, dessa vez, acredito que faltou um pouco mais de veracidade, fazendo com que beirasse a superficialidade.

Os personagens em si são todos muito complexos, desde a nossa protagonista aos personagens secundários, o que torna um pouco difícil de se conectar com eles. São muitos problemas envolvidos e nem todos eles recebem uma total imersão, até mesmo aqueles que possuem uma explicação psicológica mais técnica. Essa falta de conexão se reflete no fato de eu demorar boas páginas para conseguir memorizar o próprio nome da protagonista.

Além dessa falta de "empatia", a leitura pode ser considerada arrastada. Apesar de conter a escrita de Gillian, que é bastante fluida, o enredo é bastante parado, o mistério demora bastante para ser revelado, sendo um pouco massante, mas, em contra ponto, quando começa a se desenrolar, acaba rápido demais, não convencendo e nem surpreendendo o leitor. O que me deixou mais frustrado, pois a Gillian tem o poder de acabar com a nossa cabeça em seus livros (mas eu tento relevar, pois esse foi seu primeiro livro escrito).

Apesar desses "defeitos", Objetos Cortantes não foi uma leitura da qual eu me arrependi. Ainda assim, é interessante acompanhar Camille e saber um pouco mais do porque a protagonista é assim como ela é, assim como questionar os valores de família, que nem sempre é boa. É uma leitura que você não larga, mas que pode ser difícil de ser realizada em um dia, por exemplo, apesar de suas poucas páginas.

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