{Crítica} O Rei Leão (2019)




Os estúdios Disney estão investindo muito nos live-actions de seus clássicos ultimamente. Já tivemos alguns nos anos anteriores, como Cinderela, Bela e a Fera, O Livro da Selva, e já alguns esse ano, como Aladdin, e agora O Rei Leão. Todos sabemos o perigo de um "remake", mesmo sendo um live-action, visto que o clássico possui um grande valor emocional e nostálgico ao público, mas não deixa de ser uma experiência nova e diferente.

O Rei Leão é um dos maiores clássicos do estúdio, tendo feito parte da infância de muitas pessoas. Quando anunciado a produção de seu live-action, opiniões divergiram, porém, a curiosidade foi inevitável. Durante o processo, nomes de grandes personalidades, como Beyoncé e Donald Glover, ou até mesmo a Iza, na versão dublada, foram anunciados como as vozes dos personagens, instigando ainda mais o público. A estreia seria dia 18 de Julho de 2019, semana passada.

É comum assistir algum filme que você conhece e gosta com certa apreensão. Na premiere, a crítica já não tinha sentido muita simpatia pelo filme, resultando numa nota consideravelmente baixa no Rotten Tomatoes (52/100%), diminuindo um pouco minhas expectativas, porém não a curiosidade.

O diretor, Jon Favreau, já havia transformado animais animados no cinema, em O Livro da Selva, sendo muito bem recebido pela crítica. Porém, como sabemos, em Mogli tinha pessoas, menos músicas e também não tinha o mesmo valor emocional e nostálgico que O Rei Leão. Havia perigo nesse filme (mas ele riu na cara do perigo - piada inevitável).

Mesmo que seja praticamente impossível dar spoilers (só para quem nunca viu a animação original), pretendo não falar do enredo do filme e sim das minhas observações sobre ele. É um live-action sem humanos, ou seja, temos os animais e cenários criados em seus mínimos detalhes através de computação gráfica, o que é algo surpreendente e lindíssimo de se ver, porém esse também pode ser considerado um dos maiores "defeitos".

Por conta de seu ultrarrealismo, O Rei Leão perde um pouco do carisma. Respeitando a natureza dos animais, não é possível dar tanta expressão. Por ser muito parecido com o original, muitas cenas são impossíveis de não de comparar com a animação, porém tínhamos personagens bem caricatos e cenários bem coloridos, enquanto aqui temos algo bem próximo da veracidade. Há uma certa frieza, apesar da proposta diferente, tornando a conexão um pouco difícil, mas não impossível. É preciso se atentar a pequenas expressões nos personagens.

Um ponto que deve ser comentado é a dublagem original. Personagens couberam muito bem, enquanto outros destoaram um pouco. Scar, Simba filhote, Nala filhote, Zazu, Timão e Pumba são personagens que foram muito bem representados pelos seus dubladores. Os maiores nomes, como Beyoncé e Donald Glover, Nala e Simba adultos, respectivamente, são de atmosferas um pouco diferentes, talvez não alcançando as expectativas, resultando em algo um pouco sem brilho e destaque como esperado.

Em suma, O Rei Leão entrega a nostalgia, mas não o mesmo sentimento, justamente por conta de sua proposta ultrarrealista. É preciso ter em mente de que não é um filme como a animação, mas também possui sua beleza, sendo uma experiência diferente (também por conter algumas pequenas mudanças) e algo bastante inovador para o cinema, por conta de sua estética. Também nunca é demais revisitar a trilha sonora instrumental de Hans Zimmer.


Título: O Rei Leão (The Lion King)
Elenco: Donald Glover, Beyoncé, Seth Rogen, Chiwetel Ejiofor, Billy Eichner, John Oliver, JD McCrary, Shahadi Wright Joseph +Direção: Jon Favreau
Gênero: Animação, Aventura, Drama
Duração: 1h58min
Classificação: 10 anos
Avaliação: 

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