{Resenha} Sangue



Título: Sangue (Trilogia O Vampiro de Mércia #1)
Autor: K. J. Wignall
Editora: Bertrand Brasil
Tradução: Marsely de Marco Martins Dantas
ISBN: 9788528618655
Número de Páginas: 224
Ano: 2014
Classificação: 
Skoob

1256. Will estava destinado a ser o Conde de Mércia, mas não viveu o bastante para herdar o título, já que foi acometido por uma estranha doença aos 16 anos de idade. Mesmo assim, apesar de sua morte – e de seu enterro –, ele não está nada morto. Ao longo das páginas, o leitor vai compreender um pouco sobre esta condição de Will. Descobrir que ele está existindo entre a vida e a morte. Ocasionalmente hiberna, sempre esperando que a morte lhe chame e, toda vez que desperta, enterrado no solo, tem uma breve lembrança do primeiro pânico que sentiu em 1349.

Acho que um dos assuntos mais batidos no mundo literário é o romance entre um ser sobrenatural e um humano, mas até aí tudo bem, porque faz sucesso. E, eu, que nunca havia lido nenhum romance sobre vampiros, apenas alguns que continham esses seres, estava animado com Sangue e com grandes expectativas, afinal, no marcador do livro estava escrito que o vampiro seria tão macabro quanto o Drácula de Bram Stroker... Só o que me restou no final do livro foi frustação.


O livro é narrado em 3ª pessoa e conta a estória a partir da vida de Will, o nosso vampiro. Em 1256 ele adoeceu e foi enterrado, porém não morreu. Acordou anos depois dentro de seu caixão numa cripta sem saber o que tinha lhe ocorrido. Não sabe o que ele é e nem como se tornou aquilo, apenas depois de algumas pesquisar ao decorrer dos anos é que ele descobre que o termo mais popular para o que ele se tornou é "vampiro" – porém prefere ser chamado por "morto-vivo".

Ele vive sem rumo. Acorda esporadicamente ao decorrer dos anos, se alimenta durante uma noite de uma pessoa que ele considera menos influente e volta a dormir. Até que um dia, quando foi se alimentar de um mendigo, tal homem, enquanto morria, proclamou palavras estranhas sobre Will, sendo que eles nem se conheciam. E, também, o "morto-vivo" encontra um bloco de notas com palvras estranhas e desenhos de uma garota, incluindo Conde de Mércia, que seria o título que Will receberia no passado caso ainda estivesse vivo.

Tais descobertas ficam martelando a cabeça de Will. Por que aquele mendigo sabia sobre sua vida? Por que ele tinha um bloco de notas com o seu título? Perguntas que Will não consegue achar as respostas. Até que ele conhece Eloise, que irá ajudá-lo a encontrar as respostas, que, por acaso, também envolve a garota.

Como eu disse, o assunto vampiro já está bem batido, afinal, quando o "boom" do gênero, Crepúsculo, lançou, vários outros títulos foram adquiridos e lançados no mundo editorial. Primeiramente eu fiquei com um pouco de receio, porque vampiros nunca foi o meu tema favorito, mas a capa maravilhosa de Sangue me instigou juntamente com a frase: "Sangue apresenta como um de seus principais diferenciais o fato de ser mais macabro e sombrio do que as obras atuais do gênero." Diferencial? Não. Sombrio? Também não. Macabro? Não mesmo.

Os primeiros capítulos até são bem interessantes, mas quando Eloise entra na estória, o tédio começa. Não sei como as pessoas ainda investem no clichê "ser sobrenatual mais ser humano"... A garota é tão irreal que, quando Will revela que é um vampiro, ou melhor, "morto-vivo", ela não tem reação nenhuma, chega até a perguntar se ele a transformaria... Que tipo de ser humano normal faria isso? Sem chance.

Outro ponto negativo de Sangue é a velocidade dos acontecimentos. Ele acorda numa noite, conhece Eloise, viram amigos, conhecem outras pessoas e já vão atrás das respostas. Tudo isso acontece em três, quatro dias no máximo. Aí eu te pergunto: que pessoa em sã consciência conhece um garoto esquisito, descobre que ele é vampiro e sai pela cidade querendo ajudá-lo? Acho não existe, né? Só Eloise. 

Sendo um primeiro volume de uma trilogia, Sangue apresenta um enredo que poderia ter dado certo, mas acabou caindo no clichê. Normalmente, assim que eu começo uma série ou uma trilogia, eu continuo, mas com Sangue não será a mesma coisa. Eu paro por aqui, obrigado.

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