{Resenha} A Guardiã de Histórias



Título: A Guardiã de Histórias (The Archived #1)
Autor: Victoria Schwab
Editora: Bertrand Brasil
Tradução: Daniel Estill
ISBN: 9788528620566
Número de Páginas: 322
Ano: 2016
Classificação: 

Imagine um lugar onde, como livros, os mortos repousam em prateleiras. Cada corpo tem uma história para contar, uma vida disposta em imagens que apenas os Bibliotecários podem ler. Aqui, os mortos são chamados de Histórias, e o vasto domínio em que eles descansam é o Arquivo. Mackenzie Bishop é uma implacável Guardiã, cuja tarefa é impedir Histórias geralmente violentas de acordar e fugir do Arquivo. Naqueles domínios, os mortos jamais devem ser perturbados, mas alguém parece estar, deliberadamente, alterando Histórias e apagando seus trechos essenciais. A menos que Mac consiga juntar as peças restantes, o próprio Arquivo sofrerá as consequências.

Diante de tantos livros e tantas histórias, é difícil se pensar em algo novo. Quando lemos alguma história, quase sempre nos lembramos de outra, seja pelo enredo, pelos personagens ou até por algumas citações, mas Victoria Schwab conseguiu algo novo. A Guardiã de Histórias cativa com seu enredo totalmente original e interessante, de uma maneira muito leve e instigante.

Em a Guardiã de Histórias, quando as pessoas morrem, a memória é mandada para um corpo igual ao dela e arquivada em prateleiras, numa espécie de biblioteca, chamada de Arquivo. Esses corpos são chamados de Histórias. Existem os Bibliotecários, que cuidam da organização do Arquivo, os Guardiões, que guiam as Histórias para o Arquivo e a Equipe, que é responsável em capturar Histórias fugitivas, 

De acordo com o enredo, o mundo é divido em três partes: o Exterior, que é onde vivemos; os Estreitos, que é o meio termo, para onde as Histórias vão quando acordam; E o Arquivo, que é onde elas são arquivadas e descansam em suas prateleiras. Normalmente, apenas crianças e adolescentes acordam e ficam confusas, trocando realidade atual com a que viveram e cabe aos Guardiões guiarem elas de volta ao descanso. Porém, também acontece de Histórias mais velhas acordarem, tornando o trabalho do Guardião mais difícil, pois sua vida é colocada em risco.

Mackenzie Bishop tem 16 anos e se tornou Guardiã aos 12, depois que seu avô morreu, que também era um Guardião. A perda de Da, como ela o chamava, foi bastante difícil para ela, porém, tudo piorou quando seu irmão Ben sofreu um acidente e acabou falecendo, quando ela tinha 15 anos. A morte do garoto devastou a família Bishop, que, um ano depois, decidiu recomeçar a vida no Coronado, um prédio bastante antigo, que antigamente era um hotel.

Agora Mackenzie é moradora do Coronado e descobre, através da habilidade dos Guardiões de ler objetos, que o prédio é cheio de mistérios, incluindo um assassinato que aconteceu no seu quarto muitos anos antes, despertando nela uma grande curiorisade, tornando as coisas muito estranhas. O número de Histórias desgarradas começa a aumentar, surgindo Histórias mais velhas, o Arquivo começa a ser tomado pelo caos, dificultando o trabalho dos Bibliotecários de manter a ordem, colocando a vida de Mac em risco.

Quando eu disse que Victoria Schwab tinha conseguido fazer algo bem original no começo da resenha, eu não estava brincando. O modo como ela nos guia por esse universo totalmente novo é muito legal, com bastante sutileza, colocando suspense, aventura, e romance, tudo na medida da certa.

Quando nos deparamos com protagonistas dessa idade, 16 anos, normalmente, eles são bem parecidos, mas a vida fez de Mackenzie uma menina muito madura. Várias vezes, durante a leitura, eu tinha que me lembrar que Mac era apenas uma adolescente e não uma adulta, como parecia. Para mim, esse foi um dos pontos fortíssimos do livro, pois também foge do esperado por nós leitores.

A autora lida muito bem com o assunto da morte e do luto através de Mac e suas perdas, assim como através das Histórias. Outro assunto é a solidão que a vida de Guardiã traz para a garota, pois ela não pode contar esse lado da sua vida para ninguém, incluindo a sua própria família, sendo obrigada a mentir várias vezes e esconder esse seu lado tão importante, fingindo ser uma garota normal – até desejando ser algumas vezes.

Além de Mac, temos alguns outros personagens que aparecem durante a narrativa. Todos são muito bem explorados, despertando certa simpatia em nós pela maioria deles. Uns dos que eu gostei mais, além de Mac, foram Roland, o Bibliotecário, e Wesley, um garoto com o visual meio emo, primo de uma das moradoras do prédio, mas que está sempre no Coronado.

Enfim, A Guardiã de Histórias é um ótimo começo de série. Uma aventura atrás da outra, com um toque de suspense, tornando impossível largar o livro. Estou ávido pela continuação, que ainda não foi lançada aqui no Brasil. 

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