{Especial #Loney + Resenha} Loney



Título: Loney
Autor: Andrew Michel Hurley
Editora: Intrínseca
Tradução: Renato Marques de Oliveira
ISBN: 9788580579376
Número de Páginas: 304
Ano: 2016
Classificação: 

Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.
À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem.
O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.
Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.

Lançado em junho, Loney é uma aposta da editora Intrínseca. O livro possui o selo de aprovação de ninguém menos que Stephen King, então vocês já podem imaginar que o livro possui uma boa história. O autor de primeira viagem, Andrew Hurley, consegue criar uma atmosfera atrativa através da narrativa. 

Loney retrata a busca incessante de cura através da religião. A história oscila entre presente e passado, mas boa parte da história é ambientada nos anos 70. A família Smith acredita que Loney é um lugar sagrado e que o poder de Deus é mais forte lá, o que leva Sra. Smith a acreditar que Hanny, seu filho, possa ser curado de uma doença que o impossibilita de falar e assimilar certas coisas. Após a misteriosa morte de padre Wilfred, um novo Padre é designado para guiar a paróquia, o Padre Bernardm que é o oposto do antigo padre, o que acaba incomodando a matriarca da família Smith.

A mistura de visitantes religiosos com moradores estranhos dá certo e é um ponto atrativo na história, sem falar nos momentos em que alguns segredos são confessados, como a confissão que a Sra. Belderboss faz para o Padre Bernard. São pequenos segredos que acabam deixando a história mais atrativa e fazendo com que o leitor queira mais. O Loney deixa de ser apenas um local e se transforma em um personagem com suas peculiaridades e sentimentos.

A narrativa conta com personagens bem construídos e com mistérios a serem explorados, mas não é uma narrativa fácil, pois contém muitos detalhes que devem ser assimilados para o entendimento da obra. Alguns detalhes ficam nas entrelinhas e o leitor deve usar a imaginação para continuar a leitura que (às vezes) se torna lenta e cansativa, mas que, logo em seguida, recupera o fôlego e continua com os pontos altos.

Os momentos entre os irmãos Smith são dotados de cumplicidade e carinho um com o outro. E uma relação que funciona bem e mostra como o amor de irmãos pode superar muitas coisas, inclusive o fanatismo religioso de sua mãe, que em alguns momentos se torna o personagem mais chato de toda a história mas também um dos mais realistas, pois ao tentar ser extremamente fiel a sua fé, ela acaba sendo hipócrita e faz coisas que não deveria.

Se você espera uma história de terror, sinto muito em dizer, mas Loney não segue essa linha. Agora, se você procura um thriller, suspense ou até mesmo um drama psicológico, pode ir fundo que Loney atende esses requisitos. Esse foi meu primeiro contato com o gênero e, apesar da leitura ser um pouco mais demorada, a história cumpre com o prometido e deixa o leitor satisfeito.

A edição da Intrínseca é realmente fantástica! A capa dura e preta junto com uma linda jacket combina perfeitamente com o conteúdo do livro, as páginas amarelas e diagramação não deixam a desejar e parecem ter sido ajustada para a história, pois, particularmente, me lembram páginas de uma bíblia.

Enfim, recomendo esse livro para quem deseja iniciar leitura nesse gênero, para pessoas que gostam de leituras exigentes e mais demoradas, pessoas que gostam de suspense e pessoas que aguentam esperar, já que a narrativa brinca com o psicológico e faz com que o leitor fique cada vez mais ansioso pelo desfecho da história.


2 comentários :

  1. ooi!
    tô louca pra ler esse livro, ele está sendo super comentado e sem falar na sua edição que esta impecável!
    bjs xxx
    lendocomela.blogspot.com

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  2. Gente! esse livro está fazendo sucesso mesmo...
    já add ele na lista e a sua resenha está me deixando mais curiosa :)
    Adorei seu blog, já curtindo :)
    http://www.fabulonica.com/

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