{Resenha} Orange Is The New Black



Título: Orange Is The New Black
Autor: Piper Kerman
Editora: Intrínseca
Tradução: Lourdes Sette e Cláudio Figueiredo
ISBN: 9788580575255
Número de Páginas: 304
Ano: 2014
Classificação: 

Quando era jovem, tudo o que Piper Kerman queria era viver novas experiências, conhecer pessoas diferentes e descobrir o que fazer com o diploma recém-adquirido da prestigiosa Smith College. Anos depois, com um bom emprego e prestes a se casar, ela recebe uma visita inesperada - a polícia. Piper estava sendo intimada para responder por envolvimento com o tráfico internacional de drogas. A acusação era verdadeira - recém-formada, Piper teve um caso com uma traficante glamorosa que a convenceu a levar uma maleta de dinheiro para a Europa. Sua aventura pelo submundo do crime voltou à tona no dia em que a polícia bateu à porta dela. Depois de uma dolorosa odisseia pelo sistema judiciário americano, Piper acabou condenada a quinze meses de detenção numa penitenciária feminina no meio do nada - longe dos amigos, da família e de tudo o que ela conhecia.

Depois do grande sucesso da série, a Intrínseca não poderia deixar de lançar o livro que deu origem a esse grande sucesso, certo? Depois de ter assistido a toda a série em menos de uma semana (sim, é viciante), não poderia deixar de conferir o livro. Com uma pegada bem diferente, Piper, só que Kerman, nos traz um lado bem diferente do exibido na série original da Netflix.

Quem assiste a série já conhece mais ou menos a história. Piper Kerman (não é Chapman, ok?), durante a faculdade, nos anos 90, se aventurou em um romance lésbico com Norah (também não é Alex), levando-a a viver sua vida de uma forma radical traficando drogas. Cada tráfico uma emoção diferente. Viagens pelo mundo ao lado de sua namorada. Tudo parece um sonho até que um tráfico acaba dando errado, o cartel de drogas acaba sendo pego e alguém acaba dedurando Kerman, que acabou sendo levada a julgamento. Ela se declara culpada e acaba pegando 15 meses de prisão.

Esses 15 meses de prisão só foram realmente pagos depois de quase 7 anos de espera depois do julgamento. A partir disso já dá para perceber a eficiência não-tão-boa do sistema judiciário americano, que, por acaso, acaba não sendo tão diferente do sistema do Brasil. Então, depois de esperar, Piper se apresenta ao presídio de Danbury, em Connecticut, em 2004. E é aí que o ponto principal do livro começa: a vida de Piper Kerman dentro da prisão.

Diferente da série de tv, o livro quase não foca na vida das detentas, mas sim no relacionamento delas com Piper. Ao decorrer de cada capítulo, percebemos que, mesmo depois de terem cometidos alguns crimes, as detentas ainda podem ser consideradas, de certa forma, inocentes. A maioria delas apenas foi fruto de uma má criação ou de uma vida sem oportunidades. Piper é muito bem acolhida por elas.

Se você já assistiu a série, esqueça dela ao ler o livro. Infelizmente não foi o que eu fiz e acabei me perdendo totalmente tentando relacionar as personagens do livro com as da série, desistindo em certo tempo. Quase todos os nomes são diferentes e as personalidades, em sua maioria, conseguem ser ainda mais. E, como dito antes, elas não tem uma participação tão grande durante a narrativa. Não espere ver Crazy Eyes com seus ataques de loucura ou Pennsatucky (Tiffany) com os seus ataques religiosos, infelizmente.

O principal objetivo de Piper Kerman ao relatar suas expericências no presídio é nos mostrar a falta de qualidade do sistema penitenciário dos Estados Unidos. Muitas vezes criticamos sobre os presídios do Brasil, falando isso ou aquilo, mas, ao lermos Orange Is The New Black, percebemos que não estamos sozinhos... Os Estados Unidos, mesmo sempre uma grande potencia mundial, também peca nesse assunto.

"O que acontece em nossas prisões está completamente dentro do controle da comunidade. O público espera que as sentenças sejam punitivas, mas também reabilitadoras; no entanto, o que esperamos e o que obtemos de nossas prisões são coisas completamente diferentes. A lição que nosso sistema prisional ensina a seus residentes é como sobreviver como um prisioneiro, não como um cidadão — o que não constitui uma estrutura de conhecimento muito construtivo para nós ou para as comunidades às quais retornamos."

Piper também nos faz refletir sobre o que acontece depois que as detentas são libertas. Conseguirão retomar a vida e transformá-la de uma forma positiva? Encontrarão oportunidades de trabalho suficientes para garantir uma vida confortável? Elas terão ajuda para se adaptar ao mundo exterior depois de tanto tempo trancafiadas no presídio, onde toda a rotina é igual? Pois é.

Apesar de ter começado a leitura pensando ser um livro como a série, gostei bastante da leitura. Ele tem uma abordagem super diferente do assunto, o que acaba ampliando nosso conhecimentos e exercercendo empatia.

Um comentário :

  1. E aí, tudo bem?
    Nossa, eu nem sabia que tem um livro que originou essa série rsrs, aparentemente o livro é legal ^^. Gostei muito da resenha.
    http://enjoythelittllethingss.blogspot.com.br/

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