{Resenha} O Sopro dos Deuses



Título: O Sopro dos Deuses (O Ciclo dos Deuses #2)
Autor: Bernard Werber
Editora: Betrand Brasil
Tradução: Jorge Bastos
ISBN: 9788528619416
Número de Páginas: 588
Ano: 2014
Classificação: 
Série:  Livro 1: Nós, Os Deuses

No início, quando chegaram à cidade de Olímpia e foram aprovados na categoria de anjos da guarda, os alunos-deuses eram 144. Agora, esse número está reduzido quase pela metade. Ao longo do jogo em que precisam fazer evoluir seus próprios humanos – e ao fim do qual somente um aluno sairá vencedor –, muitos já foram eliminados e transformados em seres mitológicos. Diante desses perigos, Michael Pinson tenta sobreviver e impedir a extinção de seu povo.
Para piorar, Michael também tem outras preocupações: apaixonado por Afrodite, ele descobre detalhes sobre o passado da deusa do Amor que o fazem repensar seus sentimentos e acabam por envolvê-lo em um perigoso triângulo amoroso.

Aqui vou eu com mais uma resenha de um dos livros da trilogia O Ciclo dos Deuses. Dessa vez é com o segundo volume, O Sopro dos Deuses, que, apesar de ser continuação de Nós, Os Deuses, tem uma abordagem bem diferente da usada no primeiro livro. Mas isso não quer dizer que Bernard Werber não conseguiu manter o mesmo patamar, que é ótimo.

O livro começa exatamente onde Nós, Os Deuses terminou. O olho gigante observando Michael Pinson, durante a excrusão por Aeden juntamente com seus amigos, os teonautas. Porém, nada de especial e significante acontece, fazendo com que eles voltem à Olimpia e retomem as aulas com os mestres-deuses. E é aí que o livro foca.

No livro anterior, as aulas eram presentes, claro, porém, o que mais se destacava era a exploração de Michael e seus amigos por Aeden. Já nesse, cada capítulo é constituído por uma aula e um resultado, praticamente. A quantidade de alunos-deuses está diminuindo bastante e os professores chegam a ser muito imprevisíveis. Não somos apresentados somente aos principais deuses do Olimpo como antes, mas a titãs também, aqueles que foram, de certa forma, punidos no passado. Essa mudança acaba ampliando os nossos pensamentos sobre os acontecimentos nas aulas, nos levando a refletir.

Outro foco de O Sopro dos Deuses é o deicida. Não sei se vocês lembram (quase difícil não lembrar), mas havia uma pessoa ou ser em Olimpia que estava assassinando alunos, principalmente aqueles que estavam em posições elevadas. Quando menos se esperava, um aluno era encontrado morto. E nesse volume é quando isso acontece em maior quantidade. O deicida não perde tempo. E é por conta dele que o suspense ganha um espaço especial durante a narrativa. Antes, o deicida era só mais um entre os demais, agora, ele é a razão de muitas mudanças em Aeden.

Michael Pinson, apesar de estar nos quarenta anos, não demonstra a idade que tem. Para mim, principalmente nesse livro, é impossível imaginá-lo tão "velho". Sinceramente, ao ler, facilmente me vem um garoto entre 16 e 20 anos na cabeça. Não sei se isso é uma coisa ruim, pois o autor não colocou uma maturidade suficiente, ou se é uma coisa boa, pois nos aproxima mais do protagonista. Vale ao leitor decidir isso. E outra: ele vai arranjar uma namorada, outro acontecimento que o influencia bastante, que chega a ser engraçado e  imprevisível.

Teor filosófico. Outra comparação com Nós, Os Deuses, é a diminuição da reflexão sobre a nossa sociedade. Como dito antes, o foco é nas aulas, portanto, o foco permanece nas sociedades criadas pelo alunos-deuses no Jogo de Y, que, de certa forma, não são tão diferentes da nossa atual. Confesso que senti falta desse aprofundamento. Senti falta dos vários questionamentos que o outro livro me proporcionou. Porém, por conta dessa diminuição filosófica, a leitura se tornou mais leve e rápida. Ficou um livro um pouco mais jovem.

Como anunciado no primeiro parágrafo, O Sopro dos Deuses tem uma pegada bem diferente de Nós, Os Deuses, porém, Bernard Werber consegue continuar sua trilogia com maestria. E, com um final surpreendente e instigante, nos deixa ávidos pelo volume final. Certamente, a trilogia O Ciclo dos Deuses merece um lugar em cada estante.

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