{Resenha} Sejamos Todos Feministas



Título: Sejamos Todos Feministas
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Christina Baum
ISBN: 9788543801728
Número de Páginas: 36
Ano: 2014
Classificação: 

O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo."A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente."Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são anti-africanas, que odeiam homens e maquiagem começou a se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens.Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.

Em homenagem ao Dia Internacional das Mulher (8 de março), falarei sobre este livreto da Chimamanda Ngozi Adichie, o Sejamos Todos Feministas. Tire todo o seu olhar preconceituoso sobre o tema, e venha ver o que a autora e eu pensamos sobre o assunto.

Adichie conseguiu em poucas palavras me comover, digo em poucas palavras porque através da palestra que foi baseado esse pequeno ensaio, ela conseguiu me fazer repensar sobre o feminismo, sobre o ser feminista, que não tem nada a ver com o que pregam atualmente.

A autora fez uso de todas as suas experiências na sua cultura para demonstrar como os valores ainda estão tão invertidos atualmente, enquanto muitas mulheres lutam por coisas banais ao redor do mundo deturpando a visão que todos tem da mulher feminista, Adichie mostra que a verdadeira luta é em cima de outras coisas.

Desde criança, como uma nigeriana, ela sofre descriminação, simplesmente pelo fato de ser mulher. Mesmo tendo a nota mais alta da sala durante a infância, ela jamais poderia ser a representante de classe, pois era mulher, mesmo sendo uma mulher bem sucedida, sempre é recebida com maus olhos em hotéis de seu país, pois uma mulher sozinha em um hotel só significa uma coisa em sua cultura, prostituta. Ela como mulher não pode participar de reuniões familiares, apenas homens tem esse direito, e por aí vai...

Chimamanda demonstra que falta muito ainda para tratar as mulheres como elas devem ser tratadas, e que o feminismo não pode e nem deve ser tratado como terrorismo, mas também não deve ser praticado como terrorismo, tem que ser praticado com amor, por mulheres e por homens que amam as mulheres como elas são.

Ela se define como uma feminista que ama se cuidar, ama os homens, é feliz, e se sente bem consigo mesma, e que não precisa fazer coisas ridículas para fazer a diferença, e é assim que tem que ser, se todos pensassem dessa forma teríamos um mundo melhor hoje. A autora propõe que ambos os sexos se libertem mentalmente dos ideais impostos hoje, e que acatem a igualdade dos gêneros de forma passiva.

Eu concordei com a Chimamanda do começo ao fim, ela mal sabia o que era ser feminista quando outras pessoas começaram a rotulá-la assim por querer fazer a diferença no meio em que vivia, depois que procurou saber o que significava ser feminista, ela passou a empregar esse termo da maneira correta, e hoje chama todos nós, homem e mulher, para sermos feministas da maneira que convém ser.

O livreto é curto, você lê em uma sentada, e está disponível gratuitamente em várias plataformas que contém e-books. Eu estava em dúvida se comprava algum livro da autora e através dessa obra eu passei a conhecer um pouco a linguagem que ela usa na escrita e me interessei bastante.

Tá aí uma dica pra você que está com muita vontade de ler Americanah e ainda não pode (assim como eu), leia Sejamos Todos Feministas e venha me falar o que achou.

Um Feliz Dia Internacional da Mulher, para todas as mulheres que acompanham o blog, você são especiais, cada uma do seu jeito.

2 comentários :

  1. Gostei muito da sua resenha, foi sutil e abordou um assunto muito polêmico principalmente no dia da mulher. Fiquei curiosa para ler e saber mais da escritora ! ;D

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    1. Sabe Vivian, eu não sou feminista, sou muito conservadora, mas a Chimamanda tratou sobre feminismo da maneira que tem que ser abordado pelas pessoas só que infelizmente não é o que acontece, eu aplaudiria mil vezes se assistisse a essa palestra dela, recomendo demais esse ensaio.

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