{Resenha} Condenada



Título: Condenada (Condenada #1)
Autor: Chuck Palahniuk
Editora: Leya
ISBN: 9788580448207
Número de Páginas: 304
Ano: 2014
Classificação: 

A filha de uma estrela de cinema narcisista e de um bilionário, Madison, é abandonada em uma escola interna na Suíça durante o Natal enquanto seus pais estão divulgando seus novos projetos e adotando mais órfãos. Ela morre de uma overdose de maconha – e a próxima coisa que sabe é que está no inferno. Madison compartilha sua cela com um grupo heterogêneo de jovens pecadores que é quase bom demais para ser verdade: uma líder de torcida, um atleta, um nerd, e um punk, unidos pelo destino para formar a versão “six-feet-under” do filme favorito de todos. Madison e seus amigos caminham através do Deserto de Caspas e escalam a Montanha Traiçoeira de Unhas para enfrentar Satanás em sua cidadela. Todos os doces, que servem como moeda no inferno, não poderão comprá-los.

Chuck Palahniuk é um autor de mão cheia e todos sabem disso, principalmente depois de Clube da Luta. Sua irreverência e despreocupação na escrita em criticar a sociedade em que vivemos é sua marca definitiva. Porém, acredito que todos os autores têm seus altos e baixos. Condenada, no caso, pode ser considerado como um "baixo" de Palahniuk, mas não tão baixo quando o Inferno.

Aqui acompanhamos o pós-morte, em 1ª pessoa, de Madison, uma garota de treze anos, filha de um bilionário e de uma estrela de cinema. Ela morreu por uma overdose de maconha (pelo menos é isso que ela nos conta). Após essa morte, a garota acorda numa cela toda imunda, no Inferno. Sim, ela foi para o Inferno.

Lá na casa do "Inominável", a garota acaba conhecendo um grupo de adolescentes, dentre eles estão uma patricinha líder de torcida, um atleta, um nerd e um punk. Madison tem como filme favorito O Clube dos Cinco e agora poderá fazer parte de uma versão que se passa no Inferno.

Podemos dizer que a visão de Palahniuk para o Inferno é umas coisas mais nojentas já criadas. Lá se pode andar por um Deserto de Caspas, uma Montanha de Abortos, Lago de Esperma Desperdiçado e outros lugares nojentos. Lá também se pode ter dois empregos: modelo de streaming pornô ou então, nada menos do que atendente de telemarketing.

Enquanto acompanhamos a vida de Madison no Inferno juntamente com os outros adolescentes, a garota também nos relata sobre a vida dela na Terra: sua relação com os pais, como foi quando ela foi para um internato na Suíça, sua primeira paixão e etc. Conhecemos os dois lados da moeda.

Até aí o enredo teria tudo para ser bom, mas não foi exatamente o caso. Acredito que Palahniuk, no meio de tantos estereótipos americanos e criações nojentas de lugares do inferno, se perdeu. Primeiramente, nunca que uma garota como Madison teria 13 anos. A cabeça da menina é tão evoluída, tão madura, que a ideia da idade da garota proposta pelo autor não consegue ser aceita.

Outro problema de Condenada é a maneira como as coisas evoluem, que é de uma maneira muito rápida. Ao invés de explorar uma coisa aqui e outra ali, Chuck se preocupa com alguns acontecimentos desnecessários ao invés de focar na ascensão da garota e, com isso, várias questões são deixadas de lado e sem respostas.

Enfim, por ser o primeiro volume de uma trilogia, Condenada nos apresenta uma visão diferente de Chuck Palahniuk. Vários estereótipos americanos, um inferno nojento e tudo isso sob a visão de uma garota de 13 anos mais do que madura. Um livro para não ser levado tão a sério, mas capaz de relaxar e causar certas reflexões.  
  

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