{Resenha} Vertigo (Um Corpo Que Cai)



Título: Vertigo (Um Corpo Que Cai)
Autor: Boileau-Narcejac
Editora: Vestígio
Tradução: Fernando Scheibe
ISBN: 9788582862896
Número de Páginas: 192
Ano: 2016
Classificação: 

Encarregado por um antigo colega de seguir sua jovem e bela mulher, o detetive Flavières logo se vê perdidamente apaixonado pela moça. Essa impropriedade não o impede de investigar os temores de seu amigo Gévigne a respeito da esposa: suas ausências, seus mistérios, uma melancolia que a leva a olhar para as águas do Sena por horas a fio… Nenhum amante, nenhuma simulação, nenhuma doença. Apenas uma estranha relação com a bisavó, morta em circunstâncias terríveis e a quem a jovem Madeleine não chegou a conhecer… Um clássico de Pierre Boileau e Thomas Narcejac, especialistas na arte de conduzir a trama – e o leitor – até onde menos se espera.
Este instigante e sinistro romance noir foi adaptado por Alec Coppel e Samuel A. Taylor e filmado por Alfred Hitchcock em 1958. Um corpo que cai é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.

A editora Vestígio, que faz parte do Grupo Autêntica, recém lançou a coleção Hitchcock, que são livros de luxo nos quais o grande diretor de cinema se baseou para fazer alguns de seus filmes. Nessa coleção temos a Dama Oculta e Vertigo (Um Corpo Que Cai), e é sobre esse segundo livro que eu vou falar para vocês.

Em Vertigo (Um Corpo Que Cai) temos o ex policial, Roger Flavière, que teve que deixar a polícia por conta de um acidente com o seu colega de trabalho durante uma perseguição: por ter uma vertigem, o colega seguiu a perseguição e acabou caindo do telhado, morrendo. Esse tal acidente permanece na memória de Flavière e fez com que ele trocasse a carreira policial para a advocacia, tornando-se advogado.

Um dia, Gèvigne, amigo de infância de Flavière, mas que sofreu a distância da amizade causada pelo tempo, aparece na casa de seu velho amigo querendo um favor: que ele seguisse a sua mulher, Madeleine, pois ela parecia estranha e não sabiam o problema que ela tinha.

Flavière, surpreso com aquela visita, ouve, discute, interroga, mas acaba aceitando a missão que seu amigo lhe dera, mesmo não sendo mais um policial. Seguir Madeleine foi muito além do que o advogado imaginou.

Tais foram as tardes seguindo Madeleine que Flavière se acometeu de uma paixão quase obsessiva pela moça, esposa de seu amigo Gévigne. Flavière se vê então intrigado pelo mistério, acreditando que tudo isso tenha relação com a bisavó de Madeleine, Pauline, que morreu após um suicídio, mas que a mulher de seu amigo não chegou a conhecer, enquanto tem que lidar com a sua obsessão por ela.

Se passando em plena Segunda Guerra Mundial, Vertigo (Um Corpo que Cai), apesar de suas poucas páginas, se torna um suspense, ou thriller, como preferirem, com um alto teor psicológico, principalmente por conta de Flavière, que, apesar do livro não ser narrado em primeira pessoa, tem seus pensamentos e indagações adicionados ao meio dos parágrafos.

Confesso que, pelo fato dessas indagações e pensamentos de Flavière no meio dos parágrafos, principalmente durante seus momentos de confusão, senti um certo estranhismo, demorando um pouco para acostumar e causando até certo desconforto, até mesmo por não entender onde a história está indo parar e seu propósito, mas, ao finalizar a obra, cada momento desses valeu a pena, pois fortalece a opinião do leitor ainda mais.

Sobre o final, que é vendido como surpreendente, principalmente para quem não viu o filme anteriormente, assim como eu, cumpre o que promete. É uma reviravolta em que você é deixado de boca aberta. Nada previsível, muito pelo contrário.

A edição da Vestígio, como dito no início da resenha, é de luxo, portanto, nos deparamos com um ótimo trabalho da editora: capa dura, com uma ilustração simples e semelhante a do filme, folhas amareladas e de uma ótima grossura, diagramação impecável assim como a revisão. Um ótimo exemplar para se ter na estante.

Em suma, Vertigo (Um Corpo Que Cai), escrito por Boileau-Narcejac, pseudônimo de dois autores franceses, Pierre Boileau e Thomas Narcejac, não foi uma leitura fácil, mas é bastante intrigante, pois desperta no leitor a vontade de desvendar os segredos de uma história tão inusitada que envolve os personagens, atraindo sua atenção até a última página. Recomendo para qualquer um que goste do gênero ou que goste de um bom suspense psicológico.

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