{Resenha} Warcraft

Título: Warcraft
Autor: Christie Golden
Editora: Galera
Tradução: Alves Calado
ISBN: 9788501052025
Número de Páginas: 266
Ano: 2016
Classificação: 

Skoob

A novelização do aguardado filme de ação e fantasia Warcraft.
Há muito Azeroth está em paz. Após expulsar os trolls, com a ajuda de Medivh, Guardião do reino, humanos vivem em paz com os vizinhos elfos e anões. Mas um novo mal desponta no horizonte, e a guerra ameaça engolfar mais uma vez os domínios do justo rei Llane.
Uma raça temerária de invasores, os guerreiros orcs, insuflados pelo feiticeiro Guldan e liderados pelo monstruoso Mão Negra, fogem de seu mundo agonizante em busca de caça e oportunidades. Com a ajuda da vileza, a mais cruel das magias, Guldan criou um portal capaz de transportar sua Horda até Azeroth.
A maré verde, de orcs dominados por esse mal, toma de assalto as terras humanas. Morte e destruição ameaçam destruir a tudo e a todos. Então, de lados opostos, dois heróis surgem, em uma rota de colisão que decidirá o destino de sua família, seu povo e seu lar.
Durotan, o líder honrado do clã Lobo do Gelo, quer apenas uma chance para seu filho recém-nascido. Lothar, o Leão de Azeroth, busca redenção. E assim começa uma espetacular saga sobre poder e sacrifício, na qual a guerra tem muitas facetas e todos lutam por algo.

A gente sabe que normalmente temos um livro e, dependendo do sucesso dele, há uma adaptação posterior, mas e quando esse processo é contrário? Warcraft é um sucesso entre os fãs de RPG, incluindo várias idades e nesse ano saiu um filme que se passa nesse universo, com orcs, humanos, batalhas e outras coisas que são comuns numa fantasia desse tipo. Depois do filme, veio a novelização, escrita por Christie Golden, e, mesmo vindo depois, a história do livro melhor do que o filme ainda pode ser considerada verídica, na maioria das vezes.

Draenor, lar dos guerreiros orcs, estava morrendo, tornando a vida muito difícil para as hordas, principalmentes para os Lobos de Gelo, liderados por Durotan. Um bruxo orc, Gul'dan, decidiu reunir todas as hordas alegando que conseguiriam paz num lugar novo que eles conquistariam e, já como a terra natal estava morrendo, eles não tiveram outra escolha a não ser lutar pela continuação de sua espécie e principalmente pelo seu clã, especialmente Durotan, que estava esperando um filho. Para se chegar a Terra Prometida, se tem um preço, vidas precisam ser sugadas para que a magia funcione, magia que também pode ser chamada de vileza, tornando o orc verde e aumentando sua força. Durotan e sua espoça grávida Draka não tem outra escolha a não ser partir para Azeroth, mas isso não quer dizer que o horror causado pela vilania saiu de suas cabeças. 

Azeroth é o lar dos homens, que, após terem expulsado os trolls com a ajuda de Medivh, o Guardião do Reino, tem ficado sobre grande paz, mas as coisas estão prestes a mudar. Criaturas desconhecidas estão prestes a entrar em suas terras, ameaçando seu povo, capturando e matando homens, mulheres e até mesmo crianças. As coisas ficam um pouco mais claras quando um jovem mago, Hadggar, vê um sinal de vileza saindo de um soldado morto e diz que o  Guardião é necessário para Lothar, grande soldado e amigo do Rei Llane. Hadggar e Lothar acabam partindo em busca de Medivh, o Guardião responsável pela segurança ds povos de Azeroth.

Sendo derivado do filme, é meio óbvio que a história seria idêntica, porém, a intensidade e imersão são um pouco diferentes. Temos um filme de duas horas, enquanto o livro tem 266 páginas e, por isso, as informações são um pouco maiores e num ritmo mais tranquilo, não deixando de ser intenso, já que não temos toda aquela adrenalina causada pelos efeitos especiais, trilha sonora e etc.

A escrita de Christie é totalmente envolvente e fluida, tornando a leitura muito agradável e rápida. Foi bom acompanhar um pouco mais dos personagens que conhecemos primeiramente - ou não - nas telonas, sendo possível se identifica e criar certa empatia pelos personagens, principalmente Durotan, Garona, uma mestiça escrava do bruxo Gul'dan, o passado de Hadggar e até o peso que Lothar leva em suas costas. Os personagens são explorados de uma maneira bem legal. Os capítulos são escritos através de pontos diferentes de vários personagens, as vezes misturando passado com o presente.

A gente sabe que, por ser uma novelização, há certos limites que são impostos pelo filme que até poderiam ser melhorados. Um deles é a finalização da história, que, falando melhor, não tem fim, te deixando na dúvida se haverá ou não uma continuação ou se o final realmente será aquele. Outro ponto é a velocidade dos acontecimentos, porque as vezes parece que as coisas estão acontecendo muito rápido, outras parecem que aconteceram num outro período de tempo, mesmo que o enredo se passe em apenas alguns dias. São pontos que poderiam ser melhoras, mas isso não faz com que o livro perca sua qualidade anterior.

A edição da Galera Record possui a capa fosca de um dos pôsteres do filme, com alto relevo e detalhes no título, o que a torna bem simples e bonita ao mesmo tempo. Dentro do livro, a diagramação é simples, com a letra num ótimo tamanho para leitura e temos um detalhe que merece destaque, que é o desenho de um machado e de uma espada no início de cada capítulo.

Em Warcraft temos um encontro de dois mundos bastante diferentes em que o principal objetivo é a luta pela sobrevivência, uma disputa por um território saudável. É uma história com várias questões a se pensar, poder feminino, bastante ação, tudo numa escrita muito boa e fluida. É um ótimo livro para os amantes de RPG e indispensável para os fãs de Warcraft, principalmente para aqueles que querem uma imersão maior do que a tiveram ao assistir ao filme.