{Resenha} Nós, Os Deuses

Título: Nós, Os Deuses (O Ciclo dos Deuses #1)
Autor: Bernard Werber
Editora: Bertrand Brasil
Tradução: Jorge Bastos
ISBN: 9788528615784
Número de Páginas: 434
Ano: 2014
Classificação: 

Skoob

Após evoluírem em suas vidas como mortais e desempenharem satisfatoriamente a função de anjo da guarda, os alunos-deuses receberam a missão de gerenciar multidões humanas. Para isso, cada um deles é encarregado de cuidar de uma população, ajudá-la a desenvolver instintos de sobrevivência, criar cidades, guerrear e inventar religiões. Entre os escolhidos para essa nova turma de estudantes divinos estão figuras anônimas, como o protagonista Michael Pinson e seus amigos, e personalidades ilustres, como Marilyn Monroe e Édith Piaf. Uma história em que os leitores aprenderão, de forma divertida, sobre mitologia e, além disso, sobre história geral. Por meio do narrador, Werber apresenta uma releitura de episódios importantes da humanidade, descrevendo-os sem citá-los diretamente. Na verdade, ele fornece dicas para que os leitores possam interpretá-los e descobrirem sozinhos do que se trata.

Quando o tema é escola de aprendizagem, um grande exemplo é Hogwarts, de Harry Potter. Quando o tema é mitologia, um grande exemplo é a série Percy Jackson, do Rick Riordan. Agora junte os os dois grandes exemplos e adicione bastante filosofia e reflexões: esse é o resultado de Nós, Os Deuses. Muito bom!

O livro é narrado por Michael Pinson, que após ter cumprido alguns anos como anjo da guarda depois de ter alcançado o ponto máximo da reencarnação, é selecionado para participar de uma escola onde os alunos aprendem como ser deuses. Isso mesmo! Juntamente com ele, se encontram seus amigos Edmond Wells e Raul Razorback e outros 141 franceses famosos de todas as épocas, dentre eles estão Pierre-Joseph Proudhon, Antoine de Saint-Exupéry, Mata Hari, Marie Curie e até mesmo Marilyn Monroe, que não é francesa, mas há uma explicação.

Nessa escola, localizada em Olímpia, eles acabam tendo aulas com os próprios deuses do Olimpo. No ínicio eles começam com uma criação de um planeta, "Terra 18", depois aprendam a criar vegetais e animais para habitá-lo e depois humanos. Cada deus do Olimpo é responsável por uma categoria e, consequentemente, de uma lição. A cada aula, os piores alunos são excluídos da escola, tendo como destino ser uma quimera. No fim, só terá um melhor aluno. Um  único deus.

Se já não bastasse temer virar quimera depois de ser excluído da sala, entre os alunos-deuses há um deicida. Um aluno que, "aleatoriamente", assassina seus colegas a qualquer momento e em qualquer lugar. Os alunos então percebem que ser um deus não será tão fácil.

Comecei a ler Nós, Os Deuses sem nenhuma expectativa. Confesso que até nem sabia ao certo do que se tratava, só que tinha como assunto principal a mitologia. Foi uma surpresa me deparar com um livro tão legal e tão inteligente. Bernard Werber conseguiu juntar ação, aventura, humor, filosofia, mitologia, religião tudo em um só livro. Quase impossível não gostar de pelo menos uma parte.

Um grande forte do livro é que, intercalando os capítulos da história, há artigos da Enciclopédia dos Saberes Relativo e Absoluto, que Edmond Wells, amigo de Michael está escrevendo, com pensamentos e análises sobre a nossa sociedade em todo o seu período histórico. Às vezes, no lugar desses artigos, há também histórias mitológicas sobre tal deus do Olimpo, tal guerra e etc. Um prato cheio de conhecimento.

Sobre a edição, é fato dizer que a Bertrand Brasil caprichou. A capa, que é diferente das outras dos outros países, é magnífica. O título na capa é brilhante e na lombada também! O espaçamento é ótimo, folhas amarelas e bem grossas. Nada para reclamar.

Sendo o primeiro livro de uma trilogia, Nós, Os Deuses é bem interessante, mas ao mesmo tempo chega a ser bem denso. Como são vários conflitos e reflexões, ele exige um pouco mais de dedicação na leitura caso quisermos uma total absorção da ideia de Bernard Werber. Demorei quase um mês para finalizar a leitura, mas acredito que aprendi e me diverti bastante. Recomendo para qualquer um que quiser aprender sobre mitologia e ainda refletir durante a leitura sobre a humanidade.