{Resenha} O Quarteirão Proibido



Título: O Quarteirão Proibido
Autor: Fernanda Tanizaki
Editora: Gryphus
ISBN: 9788583110477
Número de Páginas: 144
Ano: 2016
Classificação: 

O último andar é reservado a um único livro, conhecido simplesmente como O Livro, acessado apenas pelo chefe dos bibliotecários. Ninguém sabe do que trata o texto, mas todos acreditam que sua divulgação poderia destruir o mundo como o conhecemos. Quando uma garota fortemente treinada em artes marciais consegue invadir a biblioteca e roubar um dos volumes, a tranquilidade de Magritte chega ao fim. Acusado de ser cúmplice da invasora, ele tem apenas 24 horas para descobrir quem está por trás da ação e - mais importante - quem é o verdadeiro traidor entre os bibliotecários.

Teve uma época em que eu gostava bastante de René Magritte e suas obras surrealistas, que foi justamente quando eu fiquei sabendo da existência desse livro. Sendo o próprio artista surrealista, o personagem principal de O Quarteirão Proibido tem como nome Magritte, e se veste como um dos quadros mais icônicos do artista. Juntando essa característica, ele também trabalha numa biblioteca um tanto misteriosa, o que elevou ainda mais minha curiosidade. Tive que conferir.

O enredo de O Quarteirão Proibido é um tanto simples e até mesmo um pouco surrealista. Numa noite, há um roubo na biblioteca, que tinha um alta segurança, mas não foi o suficiente. O roubo foi realizado por uma garota vestida de cosplay de um personagem de um quadrinho, que acabou matando alguns funcionários e levando um livro importante (e perigoso) embora. 

No dia seguinte, Magritte é convocado à uma reunião com seu chefe, porém, ele ainda não está ciente completamente do que aconteceu na noite anterior, apenas ouviu os boatos. Além de ter os rumores confirmados, Magritte ainda é acusado de ser cúmplice, pois a garota sabia de informações que somente alguém de dentro saberia, ou seja, há um traidor e, mesmo negando, o protagonista tem sua vida ameaçada, porém, como alternativa, ele promete descobrir quem roubou o livro em 24 horas e, caso ele não consiga, todos os funcionários da biblioteca morrerão, inclusive ele.

A partir desse enredo principal, acompanhamos Magritte numa jornada contra o tempo para salvar a própria pele e a dos colegas de trabalho, mesmo com um traidor no meio deles, em busca de respostas, pois tudo parece um enigma, com direito a conspirações, máfia, lutas, profecias e mistério.

 Além de desvendar o segredo do roubo de um dos livros da biblioteca, Magritte anda com uma figura de ação de Jeremias, um personagem de uma história em quadrinhos de ação, que ninguém sabe muito sobre a autora, mas que não é um brinquedo comum, é um brinquedo com vida, amaldiçoado. Há uma alma de uma mulher aprisionada dentro do pequeno boneco, por quem o protagonista é apaixonado. Bastante surreal.

Há alguns livros que, quando finalizados, deixam uma interrogação na cabeça do leitor, no sentido de agradar ou não, e foi assim que eu me senti ao finalizar O Quarteirão Proibido. Por mais que o enredo seja interessante, os personagens um tanto únicos, eu senti falta de um desenvolvimento maior, afinal, o livro, apesar de narrar apenas 24 horas, possui apenas 144 páginas, então acredito que daria para explorar um pouco mais e seguir um ritmo um pouco mais lento.

Os personagens, por mais que sejam bem caricatos, não causam muitas emoções no leitor, infelizmente. Acabamos sabendo e conferindo o passado de apenas alguns, enquanto a relação de outros ficam um tanto confusas e até um pouco vagas. É algo que dá pra sentir falta durante a leitura.

Sobre a escrita de Fernanda, é agradável, porém, parece um tanto forçada e até caricata nas cenas que contém uma maior cena de ação, me lembrou até as que estão presentes nos filmes do Jackie Chan, por exemplo, mas conseguem entreter o leitor em suma.

Enfim, O Quarteirão Proibido é um livro que dá para se ler e relaxar, porém não oferece muito mais do que um entretenimento momentâneo, pois a história pode ser facilmente esquecida posteriormente. É um daqueles livros que te deixa com o sentimento de estar faltando algo, um desenvolvimento maior, causando uma maior imersão, mas, ainda assim é bastante curioso pelo seu enredo.

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