{Resenha} Nix



Título: Nix
Autor: Nathan Hill
Editora: Intrínseca
Tradução: José Francisco Botelho
ISBN: 9788551003107
Número de Páginas: 672
Ano: 2018
Classificação: 

Em seu elogiado romance de estreia, Nathan Hill conta o drama tragicômico de Samuel Anderson, um escritor fracassado obrigado a lidar com antigas feridas, reabertas pelo inesperado ressurgimento da mãe, Faye, que abandonou a família quando ele era criança.
Faye é acusada de um crime absurdo registrado em um vídeo que viraliza na internet. A surpresa de Samuel é ainda maior ao perceber que, ao contrário da imagem de boa moça que se casou cedo com o namoradinho da escola, a mídia passa a retratá-la como uma hippie radical de passado sórdido.
Engraçado e inteligente, Nix apresenta uma trama ao mesmo tempo contemporânea e atemporal, ao abordar, através de gerações, as dores cíclicas de uma família que mal se conhece.

Muitas páginas podem até ser consideradas assustadoras. E Nix tem várias delas. É um livro denso sim, porém com uma leitura bastante fluída. Sendo o livro de estreia de Nathan Hill, é um enredo cheio de linhas que acabam passando por vários lugares e vão se interligando ao decorrer da trama. Um livro tão bem escrito e construído que é difícil de se acreditar que seja o primeiro livro publicado pelo autor. Foi uma baita surpresa!

O livro é basicamente sobre Samuel, um homem nos seus 30 anos, que tem uma vida que pode ser considerada fracassada. É um professor universitário sem motivação, um escritor fracassado, abandonado pela mãe quando criança, que passa a maior parte do seu tempo livre enfurnado em sua sala da faculdade jogando um RPG no computador e prestes a encarar uma dívida gigantesca pela qual não pode pagar. Samuel Anderson-Andresen está na pior. As coisas parecem ficar ainda mais turbulentas quando sua mãe aparece na tv, mas não de forma positiva.

Sua mãe, que o abandonou quando ele tinha 11 anos, foi flagrada jogando pedras em um candidato à presidência dos Estados Unidos, viralizando na internet e sendo assunto por todo o país retratada pela mídia como uma ativista radical. Esse fato ocorrido influencia Samuel: ele recebe um telefonema do advogado de sua mãe informando que ela precisava da ajuda dele escrevendo um depoimento para ela apresentar ao tribunal, para que saísse inocente. Samuel, que foi abandonado, sentiu raiva da mãe por todo esse tempo e, para se vingar, entra em contato com seu editor se oferecendo para escrever um livro sobre a vida da mulher mais falada dos Estados Unidos no momento, uma ótima oportunidade para acabar ainda mais com a imagem de sua mãe. É a partir daí que ele atua como "agente duplo" em busca de informações sobre o passado de sua mãe enquanto lida com o presente.

O livro acaba se dividindo em três linhas temporais: o presente, em 2011; a infância de Samuel, na segunda década de 1980, um pouco antes de ser abandonado pela mãe; em 1968, onde acompanhamos Faye, a mãe de Samuel, em meio ao movimento Hippie. No meio disso, também somos apresentados a outros personagens, que abordam diferentes assuntos. Tudo acaba ligando em algum momento, é incrível o cuidado que Nathan tem.

Por se tratar de um livro de quase 700 páginas, a leitura pode não ser tão rápida assim. Eu mesmo demorei para finalizar Nix, porém, não vejo isso como uma forma negativa, pois a história te preenche e te marca, não te deixando esquecer, mesmo contando com várias informações. É uma leitura sem exageros que te permite respirar e absorver tudo o que ela tem a oferecer, regada de tramas muito interessantes e personagens muito bem construídos, cada um com sua peculiaridade.

Em suma, Nix é um baita livro, tanto de tamanho quanto de impacto. Nathan Hill construiu um romance bastante ambicioso e inteligentíssimo, com bastante pesquisa e informação, abordando várias coisas e personagens, cruzando as histórias em diferentes pontos sem deixar pontas soltas. Um livro que entretém, ensina e causa reflexão. É bastante pertinente! Muito bom!  

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