{Resenha} Half Wild



Título: Half Wild (Meia Vida #2)
Autor: Sally Green
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577464
Tradução: Edmundo Barreiros
Número de Páginas: 332
Ano: 2015
Classificação:  
Série: Livro 1: Half Bad

Na Inglaterra, onde duas facções rivais de bruxos dividem espaço com os humanos, Nathan é considerado uma abominação. Além de ser um mestiço — filho de uma bruxa da Luz com um bruxo das Sombras —, seu pai, Marcus, é o bruxo mais cruel e poderoso que já existiu. Nesse mundo dividido entre mocinhos e vilões, não ter um lado é pecado. E Nathan não pode confiar em ninguém. Em Half Wild, após descobrir seu dom mágico, mesmo sem ainda conseguir controlá-lo, Nathan se une aos rebeldes da Luz e das Sombras de toda a Europa para derrubar Soul, líder tirânico do Conselho, e os caçadores, cujo domínio se espalhou para além da Inglaterra. O Conselho de bruxos da Luz continua em sua cola e não vai parar até ele ser capturado e obrigado a matar o próprio pai, cumprindo a profecia. Nathan vai precisar encontrar um modo de conviver com seu lado selvagem, descobrir quem são seus verdadeiros aliados e — principalmente — quem é seu verdadeiro amor.

É um saco quando a ressaca literária te pega! Você lê um livro tão legal, que, ao iniciar outro, mesmo que ele seja ótimo, você ainda está pensando no livro anterior, impossibilitando a total imerssão no novo universo. Eu estava de ressaca ao iniciar Half Wild. Mas, tem aqueles livros, que, com um pouco de força de vontade do leitor, conseguem espantar qualquer ressaca literária. Half Wild foi esse tipo de livro. 

Pra quem não conhece o universo da trilogia Half Life (Meia Vida), é basicamente o seguinte: bruxos convivem com os félixes, que seriam as pessoas comuns. Os bruxos são de duas facções rivais: Bruxos da Luz e das Sombras, mas também possuímos os meio-sangues, que são uma mistura de félix e bruxo, e os meio-códigos, ou melhor, o meio-código Nathan, filho do mais temível bruxo das Sombras, Marcus, e de uma bruxa da Luz. A vida do garoto é considerada uma ameaça, o que resulta em vários problemas para ele.

Se tratando se um segundo volume de uma trilogia, acho válido avisar que a partir daqui essa resenha terá spoilers do primeiro livro.

No fim de Half Bad, Nathan recebeu os presentes de seu pai Marcus, tornando o seu dom possível, mas desmaia. Half Wild começa a partir daí: Nathan sozinho e inconsciente no meio da floresta, se preocupando com o seu melhor amigo Gabriel, que ainda está desaparecido depois da missão de resgatar a faca Fairborn. Sem ter o que fazer, Nathan espera amigo no lugar que havia sido combinado anteriormente, temendo por sua vida, pois ainda é alvo de caçadores que o procuram.

Enquanto espera, Nathan, de vez em quando, acorda todo sujo de sangue e perto de cadáveres de animais, e com memórias e sonhos vagos sobre um animal. Esse animal será o dom de Nathan, que possui o mesmo dom original de seu pai: se transformar em animais. Porém, o garoto ainda não tem o controle sobre isso.

Ainda na espera pelo seu melhor amigo, Nathan é encontrado por Nesbitt, um meio-sangue das Sombras, que diz estar com Gabriel a salvo junto com Van, uma bruxa das Sombras muito poderosa. Nesbitt está contando a verdade e é a partir do encontro de Nathan com Gabriel e Van que as coisas começam a esquentar e a perder o controle, evolvendo Annelise e massacres de bruxos comandados pelo Conselho de Bruxos da Luz.

Aqui em Half Wild o foco não é mais as indagações de Nathan sobre sua família ou sobre o ser bom ou mal. O foco agora é o desenvolvimento de Nathan com o seu dom e suas relações com Gabriel, Annelise e outro bruxos. Aqui a distopia, pouco presente no primeiro livro, está mais evidente, por conta do totalitarismo que o Conselho de Bruxos da Luz está disseminando. Sally constrói uma ótima ponte para o volume final da trilogia.

Um dos pontos que eu mais gostei dessa continuação é que Sally Green nos lembra de alguns fatos. É comum, ao lermos uma continuação, esquecermos alguns fatos do outro livro e ficarmos um pouco confusos, mas a autora usa pensamentos e indagações de Nathan para nos lembrar de alguns termos ou fatos ocorridos anteriormente. Essa preocupação com a total absorção da história que Sally teve foi muito legal, principalmente para mim que sou muito preocupado com detalhes.

Minha reação ao terminar Half Bad foi muito positiva, como vocês podem conferir na resenha aqui, por isso estava com altas expectativas ao iniciar a leitura de Half Wild. Sally Green evolui gradativamente, seguindo o mesmo estilo presente no primeiro livro, suprindo todas as minhas necessidades e ultrapassando algumas expectativas. Não vejo a hora de ler o último volume da trilogia, que tem previsão de lançamento para Março de 2016 lá fora.

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