{Coluna} Turma da Mônica Jovem: Especial 10 anos - A Evolução da Arte Final



Oi Pessoal! Estamos de volta (com alguns dias de atraso!!) com a segunda parte da série especial comemorando os 10 anos das hq's da Turma da Mônica Jovem. No primeiro post contamos um pouco sobre como surgiu este projeto, como foi recebido pelo público e os produtos criados como chamariz para o novo título (se você não leu clique aqui!), e hoje vamos falar sobre como os desenhos se modificaram ao longo desses anos.


A evolução da arte-final


Se tem uma coisa que gosto de destacar nestes dez anos de publicações é a evolução da arte-final. Inicialmente, os desenhos de miolo ainda possuíam os traços dos quadrinhos clássicos, com rostinho e os olhos dos personagens bastante arredondados (olhos característicos do mangá) e as letras dos balões eram grandes. Com o passar do tempo o tamanho do texto foi ajustado e tanto os desenhos de capa quanto os do miolo passaram a ser mais soltos. Cada personagem ganhou um formato especial para o rosto: os narizes deixam de ser um "v" invertido (ou "c" no caso do Cebola) para um desenho próximo do real e os olhos atualmente são um pouco amendoados, com pestanas mais acentuadas nas meninas - a variação dos olhos ocorre somente quando querem exagerar alguma expressão, conforme ocorre na turma clássica. Fora todo o trabalho de sombreamento que ajuda a dar mais realismo a estrutura do rosto do personagem, como um detalhe de batom nas meninas ou um traço sombreado nos rapazes para dar mais volume a um lábio que nas primeiras edições era apenas um risco. 
A evolução do traço dos personagens: dos 12 aos 16?

Também no caso das meninas, os cabelos ganharam mais linhas, resultando em madeixas mais soltas, especialmente no caso da Mônica: seus cabelos, que inicialmente repetiam o formato clássico, ganharam volume e comprimento - aliás, na Ed. 61 ela modifica o corte de cabelo, deixando-o mais próximo ao apresentado na sua versão adulta em "O casamento do século"! (Ed. 50), mas voltou a usar volumoso nas edições seguintes. Outra que vive mudando o corte é a Magali, cuja franja de tempos em tempos sofre uma alteração (eu particularmente gosto mais do estilo repicado apresentado entre as edições 20 e 54!). Assim, de uma forma geral, se considerarmos as características antropomórficas, a turma da Mônica jovem amadureceu - tá, tá, envelheceu alguns anos! - desde sua estréia até os dias de hoje!

Graficamente, outro detalhe a ser observado diz respeito aos planos de fundo: graças ao trabalho das retículas, aqueles pontilhados, texturas e grafismos que fazem toda a diferença nos quadrinhos, e no caso da TMJ, para representar a variação dos tons entre o preto e o branco (
aprendi o termo em "Ouro da casa" - MSP 😊), dificilmente temos uma página contendo quadrinhos com o fundo branco, como ocorriam nas primeiras edições. Nelas, as linhas de efeito ou ação (aqueles traços que indicam a movimentação do personagem, ou o efeito impactante da cena) eram mais definidas e os sombreados possuíam hachuras com traços e pontos bem marcados, muitos deles com padrões fáceis de serem identificados a olho nu - como nos trabalhos Roy Lichtenstein, um ícone do pop-art (mas sem a cor). Com o tempo e com o acréscimo de mais detalhes de cenário, os padrões das hachuras foram suavizados, evitando uma poluição visual da cena e explorando ainda mais os trabalhos de grafismo tanto para as cenas mais emocionantes quanto na própria representação das linhas de efeito, que foram reduzidas ao serem combinadas com uma hachura em degrade suave ou simplesmente substituída pela mesma hachura. Mas nada contra um pop-art de vez em quando!





Retículas e linhas de efeito: com o passar das edições, o
grafismo (abaixo - Ed. 98) substituiu o excesso das linhas de efeito
(acima Ed. 01 - 1ª série)



Sombreamento: as primeiras edições tinham padrões de hachura
expressivos (Ed. 01 - 1ª série)
Atualmente tais padrões são utilizados
para trazer mais dramaticidade
a cena, referência ao pop-art (Ed. 90)  





Os três quadrinhos possuem a mesma linha de ação e quantidade de personagens, mas
as mudanças das emoções - além de expressas nos personagens -  são realçadas
pela arte ao fundo (ed. 90)  




Por duas vezes tentaram aplicar cor no interior das revistinhas: primeiro nas edições 15 à 17 - 1ª série (Monstros do ID), com tons azuis e vermelhos para destacar a cena; não ficou ruim, mas parecia quadrinho muito, muito antigo, rs! A segunda vez aconteceu nas edições 26 à 28 (O aniversário de 15 anos da Marina), que traziam algumas páginas totalmente coloridas.  Aqui o colorido também não ficou ruim, mas como já usavam e abusavam das retículas e de uma leveza nos contornos dos personagens (que começavam a ser desenhados como se estivessem no meio de um movimento), os planos de fundo com cor voltaram a deixar os desenhos um tanto duros. Aliás, esta experiência de páginas totalmente coloridas já havia ocorrido no especial em cores lançado em 2009, repetindo-se em outros 4 especiais (e que também estão sendo relançados), porém nunca mais voltou para as páginas da revista, exceto nos pôsteres de algumas edições.


Cores azul e vermelha na Ed. 17


Especiais em cores

Arte nas Capas 

Com relação às capas, alguns erros aconteceram, uma vez que algumas não caíram nas graças do público (geralmente as que pareciam colagens dos personagens principais daquela trama), mas no geral, foram maravilhosas. Duas edições trouxeram uma surpresa: as capas brilhavam no escuro (nº 63 e 74). E a edição 25 trouxe um fundo prateado, em homenagem aos dois anos da revista. Minhas preferências sempre foram as capas que envolviam o quarteto ou com um belo cenário ao fundo, mas se eu tivesse que listar uma favorita, só uma, ficaria com a 75 (Umbra – parte 2), por ter sido elaborada em um tom monocromático, diferente do colorido que costumávamos ver, porém completamente de acordo com a história abordada.
Minhas top 12 das capas (não deu para ser 10 rs!): Edições 5, 10, 19, 20
23, 25 (por causa do prateado), 50, 57, 73, 83 (Indiana Jones!!), 93 e
01 - 2ª série


A top das tops: Edição  75
Não seria justo citar um ou outro desenhista porque o trabalho de arte envolve muita gente, e foi um amadurecimento em conjunto até chegar ao padrão que temos hoje. Mas não posso deixar de parabenizar pelo trabalho ao longo destes anos e agradecer todo empenho em aprimorar o produto que recebemos: #obligado!!

Nesta quinta tem mais comentários sobre os 10 anos da TMJ por aqui - o mês é todo deles! E se quiser acrescentar algo sobre os desenhos e a arte-final da turma fique à vontade!!



Até lá!


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