{Resenha} Fortaleza Digital



Título: Fortaleza Digital
Autor: Dan Brown
Editora: Sextante
Tradução: Carlos Irineu da Costa
ISBN: 9788599296202
Número de Páginas: 336
Ano: 2008
Classificação: 
  Skoob

Em Fortaleza Digital Brown mergulha no intrigante universo dos serviços de informação e ambienta sua história na ultrassecreta e multibilionária NSA, a Agência de Segurança Nacional americana, mais poderosa que a CIA ou qualquer outra organização de inteligência do mundo. Quando o supercomputador da NSA, até então considerado uma arma invencível para decodificar mensagens terroristas transmitidas pela Internet, se depara com um novo código que não pode ser quebrado, a agência recorre à sua mais brilhante criptógrafa, a bela matemática Susan Fletcher. Presa numa teia de segredos e mentiras, sem saber em quem confiar, Susan precisa encontrar a chave do engenhoso código para evitar o maior desastre da história da inteligência americana e para salvar sua vida e a do homem que ama.

Dan Brown encontrou uma fórmula criativa e nunca se separou dela. Fez fortuna, alguns livros incríveis, outros nem tanto. Fortaleza Digital se encontra entre os primeiros. Lançado em 1998 o livro inaugural do autor tem todos os elementos que se tornaram sua marca registrada: uma história envolvente misturando ficção com lugares reais e informações do tipo “não temos certeza se é verdade!”

A história começa quando Susan Fletcher descobre que seu final de semana romântico será arruinado por conta de uma inesperada viagem de trabalho do noivo. Logo em seguida, ela também é convocada para resolver um problema de trabalho: chefe do setor de criptografia de uma agência que finge não existir, Susan se depara com um código inquebrável, enquanto seu noivo inicia uma caçada na Espanha atrás de um anel.

O romance aqui não é a parte mais interessante da história, e sim a relação madura como ele se desenvolve – a boa e velha simbiose entre pessoas com conhecimentos distintos para resolver um problema. David Becker é uma pausa na austeridade de Susan, e ao longo da narrativa ambos são uma fuga mental de toda confusão que se metem, como uma volta para casa, um lugar seguro para se estar depois que tudo terminar. O acionamento destas memórias ao final  de um capítulo se torna um gatilho para avivar as memórias do leitor sobre o outro personagem, tornando-se um recurso narrativo para que o capítulo seguinte fale sobre o personagem citado.  

Típico de Dan Brown, a história passeia entre o passado e o presente, e também tem a cada capítulo ações em lugares distintos. Os cortes na narrativa em seu momento de clímax estão presentes neste livro, e deixam o leitor ansioso em maus lençóis – eu mesma confesso que nunca mais li um livro do Brown na sequencia correta!

Para quem escreve é ótimo observar esta narrativa nada seriada, bem como a atenção dada aos personagens. Susan nos faz lembrar as beldades descritas por Sidney Sheldon; seu noivo David poderia ser uma versão mais jovial do próprio Robert Langdon (personagem mais famoso de Brown), e a relação dos dois é convincente. Os novos personagens são inseridos quase como se não fossem importantes, como aqueles figurantes que entram no filme só para morrer; porém, aqui não se trata de figuração e sim de reviravoltas na trama. Sendo uma empresa importante, a NSA abriga profissionais de diversas categorias e o autor dá a eles seu momento na história.

Outro fato observado aqui é o gosto do autor por enigmas, ainda que os apresentados neste livro sejam menos densos do que os expostos em seus livros seguintes. Como o elemento chave é a criptografia, eu esperava mais enigmas para resolver, (considerando os existentes em Código Da Vinci e em Anjos e Demônios, por exemplo): alguns me surpreenderam, outros foram desnecessariamente prolongados e debatidos quando eram óbvios demais.

Diferentemente dos livros futuristas ou de ficção existentes, Fortaleza Digital corre o risco de se tornar obsoleto por ter sido detalhista demais na descrição de algumas tecnologias. Considerando que foi lançado dois anos antes da virada do milênio, muitos dos recursos que para nós hoje fazem parte do dia a dia, eram novidade naquela época. Um exemplo é o uso do GPS: hoje presente em qualquer celular, mereceu um parágrafo considerável na descrição dos objetos-ostentação de um dos criptógrafos. Por outro lado, os questionamentos sobre segurança de dados e privacidade das pessoas permanecem atuais. “Quem guardará os guardiões?” ainda é uma pergunta sem resposta.

Enfim, se você gosta dos livros do Brown este é um que merece fazer parte da sua estante!

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