{Crítica} O Regresso



Todos já estão familiarizados com a saga do Oscar de Leonardo DiCaprio. Em toda a sua carreira, o ator nunca levou a estatueta mais famosa do mundo do cinema para casa. Porém, ao que indica, principalmente pelo filme ter conquistado três globos de ouros (Melhor Diretor, Melhor Ator em Filme de Drama e Melhor Filme Categoria Drama) essa situação pode mudar. O Regresso, com uma técnica incrível e baseado numa história real, leva DiCaprio a uma experiência e atuação que não estávamos apresentados.

A trama do filme é bem simples. Em meio a colonização dos Estados Unidos, um grupo de caçadores de pele está em seu acampamento é surpreendido pelo ataque de índios. Esse ataque provoca a morte de vários homens, sendo necessária a volta dos que restaram à base, o mais rápido possível. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) conhece a floresta muito bem, porém, é gravemente atacado por um urso no caminho.

A caminhada se torna impossível e muito lenta com Hugh ferido, então, como ele é uma pessoa muito bem querida entre o grupo de caçadores, a não ser por John Fitzgerald (Tom Hardy), que é racista e não simpatiza com o filho de Glass, que é mestiço (filho de uma índia), alguns integrantes ficam com ele enquanto os outros vão pelo caminho mais rápido. O que ninguém esperava é que ele abandonado para morrer, que é o ponto central do filme.

Gravemente ferido, sem armas e sozinho, lutando para sobreviver em meio ao frio congelante, temendo por sua vida por conta da ameaça dos índios, Hugh Glass parte à procura de vingança contra aqueles que os deixaram para morrer.

Obviamente, como o próprio nome diz, acompanhamos o regresso dos homens às suas terras. Temos primeiro a patrulha, explorando o caminho para base temendo os índios; os homens que abandonaram Hugh; e o retorno do próprio Hugh Glass, que mesmo conhecendo muito bem os caminhos, está sozinho, machucado e sem armas, se tornando ainda mais difícil.

O sofrimento do personagem de DiCaprio é evidente e constante. Hugh Glass passa por aflições a todo momento, revelando um lado selvagem necessário para sua sobrevivência, que é bastante impressionante. Esse personagem enalteceu a boa atuação de DiCaprio, que transmite toda a dor e dificuldade, até mesmo sem dizer uma palavra. A imersão de Leornado no personagem foi tão grande que ele até comeu um fígado cru de um bisão numa das cenas, mesmo sendo vegetariano. Tom Hardy também não fica pra trás interpretando o vilão traidor, com toda sua amargura e frieza.

A técnica presente em O Regresso é de uma qualidade impressionante. Temos primeiramente o cenário totalmente natural, de uma beleza estonteante, que foi retratado e gravado com luz natural, para que a essência da natureza fosse mantida. Outro ponto marcante é a escolha de planos sequências (filmagem de uma ação contínua sem corte) em algumas cenas, principalmente nas de ação, pois o espectador é deixado no meio da ação, tornando algo bem próximo.

Apesar da longa duração, 2 horas e 36 minutos, o novo filme de Alejandro González Iñárritu (diretor) é muito bem construído, prendendo a atenção do espectador, principalmente nas cenas de ação, que são bastantes. É um filme forte e bem impressionante, principalmente pela história de Hugh Glass ter realmente acontecido (sua história foi publicada esse ano como O Regresso pela editora Intrínseca).

O Regresso está presente em 12 categorias, liderando as indicações, sendo elas Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Cabelo, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Design de Produção. Acredito que o flme vence algumas das categorias técnicas e estou na torcida para que Leornardo DiCaprio finalmente leve seu Oscar pra casa.


Título: O Regresso (The Revenant)
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter +
Direção: Alejandro González Iñárritu
Gênero: Aventura, Drama, Thriller
Duração: 156 min.
Classificação: 16 anos
Avaliação: 

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