Netflix produziu a primeira série brasileira, que antes estava destinada a ser exibida pelo youtube, o que acabou gerando altas expectativas em nós, brasileiros que adoram séries. A expectativa foi aumentando cada vez mais a cada poster, trailer e informação liberados, até que, sexta feira (25), chegou o dia de conferir a o resultado. Como primeira produção, não pude deixar de conferir e trazer a minha opinião sobre a série aqui.
A série é uma espécie de distopia em que a sociedade é dividida entre os que não tem quase nada e os que tem tudo, os pobres e os que vivem no Maralto, onde a vida não tem dificuldades, mas, para se alcançar o outro lado, é preciso passar pelo Processo, em que apenas 3% dos jovens de 20 anos passará para o outro lado. Tudo baseado na meritocracia.
Num estilo meio Jogos Vorazes, ao decorrer dos episódios somos apresentados a algumas provas em que os jovens participam, para que a seleção ocorra, visando os 3% finais. Entre os jovens, temos, obviamente, o grupo principal, contendo personagens com suas histórias diferentes e até mesmo propósitos para se participar do Processo.
Além de todo esse sistema e a sociedade dividida entre "ricos" e "pobres", como tivemos no filme Elysium, por exemplo, e, se tratando de uma distopia, há a resistência, chamada de "A Causa", que luta pelos direitos iguais da população, mas anoninamente, pois é considerada uma ameaça pelo "governo".
Voltado para um público mais jovem, 3%, apesar de ter várias referências de temas como filmes e até séries de sucesso, possuía uma ideia bem promissora, mas pecou em alguns momentos, como na atuação e e em alguns rumos que a série tomou, enquanto acertou muito bem em outros, como a trilha sonora e fotografia, que são bem modernas.
O elenco principal é jovem, tanto que alguns dos atores já até participaram de Malhação ou alguma outra novela voltada ao público jovem, o que faz jus à proposta, porém peca quando o objetivo é "emocionar" quem assiste. Há momentos em que atuação está muito boa, enquanto em outros tudo parece meio forçado, ou até mesmo sem expressão, um tanto artificial. É algo que pode incomodar, mas que não tira o entretenimento.
Sobre os episódios e o rumo que a série foi tomando, foi meio que um efeito de montanha russa, com altos e baixos. Há episódios com testes realmente dignos, enquanto outros que poderiam ser totalmente desnecessários, quase não causando impacto. Há um destaque para os episódios quatro, seis e sete. Uma coisa que dá para sentir falta é A Causa, pois o movimento que não teve o destaque que deveria, principalmente se tratando de uma distopia. Durante os episódios, também podemos conhecer o passado de cada personagem principal, como acontece em Orange Is The New Black, o que é bem interessante.
Em suma, por conta da expectativa criada previamente, 3% decepcionou um pouco, mas ainda não pode ser considerada uma série ruim, de maneira alguma, principalmente se tratando de uma produção nacional, em que o gênero não é muito encontrado no meio audiovisual. Em seus 8 episódios, 3% consegue entreter quem assiste e até causar certas reflexões durante a narrativa. Agora resta saber se a série terá uma segunda temporada e qual rumo ela tomará.
Título: 3%
Elenco: Bianca Comparato, João Miguel, Michel Gomes, Rafael Lozano, Rodolfo Valente, Mel Fronckowiack, Vaneza Oliveira, Viviane Porto
Diretor: César Charlone, Daina Giannecchini e Jotagá Crema
Roteiro: Pedro Aguilera
Gênero: Ficção Científica, Thriller
Duração: 49 minutos
Episódios: 8
Temporadas: 1
Avaliação:
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